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Shakira: uma artista que redefiniu o pop latino

  • Foto do escritor: Maria Eduarda Freitas
    Maria Eduarda Freitas
  • 6 de mai.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 7 de mai.

Por: Maria Eduarda Freitas


Shakira durante sua apresentação no Rock in Rio 2008 | Imagem: Wikimedia Commons
Shakira durante sua apresentação no Rock in Rio 2008 | Imagem: Wikimedia Commons

Com mais de 30 anos de carreira, Shakira continua sendo uma das artistas mais emblemáticas da música contemporânea. Cantora, compositora, dançarina, produtora, empresária e filantropa, a colombiana nascida em Barranquilla consolidou-se como um dos maiores nomes da música pop global — e talvez a maior representante da música latina no cenário internacional. Sua trajetória é marcada por ousadia artística, múltiplas reinvenções e uma coerência rara: Shakira sempre foi fiel a si mesma, mesmo ao conquistar o mundo.


Uma estrela precoce


Shakira Isabel Mebarak Ripoll nasceu em 2 de fevereiro de 1977, filha de mãe colombiana e pai de origem libanesa. Desde cedo, demonstrou interesse pela escrita, pela dança e pela música. Aos quatro anos, já compunha os primeiros versos. Aos oito, escreveu sua primeira canção, inspirada na morte de um dos irmãos. Aos 13, lançou seu álbum de estreia, Magia, ainda sem grande repercussão. Foi com Pies Descalzos (1995) que ela começou a conquistar o público latino-americano com uma sonoridade que unia pop, rock e elementos da música tradicional colombiana. Em seguida, Dónde Están los Ladrones? (1998) consolidou seu nome entre os grandes da música latina, com hits como “Ojos Así” e “Ciega, Sordomuda”.

O sucesso abriu portas para o mercado internacional. Em 2001, Shakira lançou seu primeiro álbum em inglês, Laundry Service, que vendeu mais de 13 milhões de cópias no mundo. Faixas como “Whenever, Wherever” e “Underneath Your Clothes” dominaram as paradas e apresentaram a artista a um público global. Mesmo cantando em outro idioma, Shakira manteve os traços marcantes de sua identidade: a mistura de culturas, o envolvimento autoral nas composições e o protagonismo feminino em suas narrativas.


A artista das múltiplas linguagens


Shakira nunca se limitou a um estilo. Ao longo de sua carreira, experimentou diferentes sonoridades: do pop-rock ao reggaeton, do folk latino ao eletrônico. Sua formação multicultural — filha de pai libanês, com raízes árabes, e mãe colombiana — transparece nas composições e na performance. O belly dance, marca registrada de seus shows, é resultado direto dessa fusão. Sua voz inconfundível, com timbre grave e nasal, desafia os padrões tradicionais da indústria e tornou-se uma assinatura artística.

Ela também é conhecida pela inteligência linguística: fala fluentemente espanhol, inglês, português, italiano, francês e árabe. Essa capacidade permitiu que se conectasse com públicos diversos ao redor do mundo. Em suas canções, a alternância entre idiomas se torna recurso narrativo e simbólico — uma ponte entre culturas que Shakira atravessa com naturalidade.


Impacto cultural e reconhecimento


Shakira é, hoje, um dos nomes mais premiados da música global. São mais de 400 prêmios acumulados, incluindo três Grammy Awards, 13 Latin Grammys, sete Billboard Music Awards e uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. Em 2010, foi escolhida para cantar a música oficial da Copa do Mundo da FIFA com “Waka Waka (This Time for Africa)”, que se tornou um dos maiores sucessos de sua carreira e marco da integração entre música e grandes eventos esportivos.

Sua visibilidade ultrapassa a música. Ela é referência de representatividade para mulheres latinas, especialmente na forma como aborda temas como independência, maternidade, sexualidade e vulnerabilidade em suas letras. Sua trajetória de reinvenção constante mostra que é possível envelhecer no pop com dignidade, talento e autenticidade — algo ainda raro no cenário dominado por padrões estéticos e comerciais rígidos.


Engajamento social e educação


Além da arte, Shakira é conhecida por seu trabalho filantrópico. Em 1997, fundou a Fundação Pies Descalzos, voltada à promoção da educação pública de qualidade na Colômbia. O projeto já construiu escolas, financiou professores e beneficiou diretamente milhares de crianças. Em 2011, foi nomeada membro da Comissão de Excelência Educativa para a América Latina e já discursou na ONU e no Fórum Econômico Mundial. Ela costuma afirmar que “o caminho mais eficaz para transformar um país é através da educação”, e essa frase se traduz em sua atuação constante fora dos holofotes.


Las Mujeres Ya No Lloran: dor, força e renascimento


Após alguns anos mais discretos, Shakira voltou ao centro das discussões culturais com uma série de lançamentos impactantes. Em 2022 e 2023, canções como “Monotonía”, “TQG” e “Acróstico” deram pistas do que viria no novo álbum. Em 2024, lançou Las Mujeres Ya No Lloran, projeto que sintetiza a dor da separação do ex-jogador Gerard Piqué e a reconstrução emocional vivida após o término.

A faixa “BZRP Music Sessions #53”, em parceria com o produtor argentino Bizarrap, viralizou nas redes sociais e bateu recordes de streaming. Com versos diretos e irônicos, Shakira transformou o sofrimento pessoal em um hino de força e autoestima feminina. O álbum mistura baladas melancólicas com faixas dançantes e mostra que a artista continua atual, conectada às novas gerações e disposta a se reinventar.


Curiosidades sobre Shakira


  • Seu QI já foi registrado como acima da média: 140 pontos.

  • Aprendeu a dançar com influência de músicas árabes tocadas nos restaurantes libaneses frequentados pela família.

  • É autora de um livro infantil (Dora the Explorer), já foi jurada no programa The Voice (EUA) e estrelou comerciais em diversas línguas.

  • Gravou músicas em espanhol, inglês, português, árabe, catalão e francês.

  • Tem dois filhos e costuma manter a privacidade da maternidade longe da mídia, ainda que dedique canções emocionantes a eles — como “Acróstico”.



 
 
 

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